Uma análise inicial indicou que as regulamentações de uso definidas pelo zoneamento ambiental da APA não estão sendo seguidas.

A Promotoria Regional Ambiental do Araguaia, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), iniciou investigações para avaliar a regularidade ambiental de mais de 15 propriedades rurais com mais de mil hectares, cujas áreas de plantio ou pastagem estão dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Ilha do Bananal/Cantão. Uma análise preliminar indicou possíveis descumprimentos das normas de uso definidas pelo zoneamento ambiental da APA, que abrange condições bióticas, geológicas, agropastoris, extrativistas e culturais típicas da região.

Um parecer técnico emitido pelo Centro de Apoio Operacional de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente (Caoma) sugere que as propriedades apresentem suas respectivas autorizações de exploração florestal e outras licenças ambientais expedidas para o licenciamento das atividades.

O não cumprimento das normas coloca em risco a maior Unidade de Conservação do Tocantins. A região da APA Cantão/Ilha do Bananal é crucial para a manutenção da biodiversidade dos Parques Nacional do Araguaia e Estadual do Cantão, que possuem uma vasta variedade de recursos hídricos e ecossistemas diversos.

Segundo informações do MapBiomas, em cooperação com o Conselho Nacional do Ministério Público para a proteção ambiental, tem sido observada uma significativa redução na área de água nos Parques Nacional do Araguaia e Estadual do Cantão ao longo das últimas décadas. O estudo “A Dinâmica da Superfície de Água do Território Brasileiro”, atualizado com dados de 2022, revela uma queda de 66% nos volumes de água nessas áreas protegidas, destacando que sete das dez áreas mais afetadas estão na região do Tocantins-Araguaia.

A APA Ilha do Bananal/Cantão foi estabelecida em 20 de maio de 1997, cobrindo uma área de mais de 1,6 milhões de hectares e incluindo os municípios de Abreulândia, Araguacema, Caseara, Chapada de Areia, Divinópolis, Dois Irmãos, Marianópolis, Monte Santo e Pium.